Vai

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Vai
Vai, que apesar da dor da despedida
Um pedaço teu sempre fica
Cuido dele, meu bem, noite e dia
Com o amor que de ti, eu sei, jamais teria
Dor não sinto, mas sinto dizer
O que dou é sem volta e fica
Semente que morre e enraíza
Naquilo que sou sem querer
Amo sem volta, sem esperar receber
E sigo doando o que em mim insiste em nascer
Tal seiva resiste, ainda que a poda não deixe crescer

Ela

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Ela acentua todas as notas.
Seria jazz se não fosse moça.
Pimenta para os dias.
Sorriso fácil, confunde iniciantes.
Definitivamente, não é para iniciantes.
Mas os prefere, os mantém maravilhados.
Perdidos em seus olhos amendoados.
Presos nos vestígios de um sarcasmo
Sutilmente desenhado no canto dos sorrisos.
Leve, permite-se rir de si mesma.
Desenho sinuoso, beleza rara.
Dona das reticências,
Impressas em cada olhar,
Tantas que, Salpicadas em seu corpo,
Constelam um universo de beleza.
Pronto a ser explorado.

O plano.

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De manhã acordei e dei falta de algo importante. A cama estava espaçosa demais me senti uma criança nua no meio de uma floresta. O sono me protegeu até onde pode, mas agora que sei tenho que ir em busca daquilo que me fará construir um castelo para minha princesa. Então me levantei homem barbado e fui a cidade, construir outros castelos para outros príncipes; um pouco mais sortudos que eu, pensei por um segundo; mas então lembrei que carrego tatuado debaixo da minha pele, em algum espaço entre os músculos e a alma, o nosso plano. Os dias passam como um só, e fica mais claro a cada manhã que nasce, que o castelo que construo tem meu nome, e o desejo que possuo é um eco de um grito antigo; de quem acordou nu em uma floresta de alma, dentro do meu peito; e se levanta finalmente a medida em que percebo a silhueta daquilo que tanto anseio.