Orgulho

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Penso, logo existo
existo, penso logo!
logo existo, penso…

E ainda a velha sensação de estarmos descobrindo algo novo.
Nós e a odisséia em nós mesmos, coroando nossos guerreiros e eliminando nossos monstros, quando não, o contrario. Mas amamos esse romance onde nos entretemos e somos entretecidos, uma rede de significados a serviço do nosso ego. Projetamos nosso ser no universo e temos nossa alma como régua. E temos direito, acima de tudo e de todos abrimos concessões para nossa vontade e nos permitimos, amamos a nossa vida e valor que inventamos para a mesma. Sim nós somos orgulhosos. Até o ultimo fio de cabelo, por ser quem somos, viver como vivemos, e isso não confunda, não é gratidão é apenas e à penas orgulho. Há quem diga que o orgulho é uma coisa boa, mas acredito que talvez esses encontraram uma forma orgulhosa de admitir que o são. O orgulho é amor a si mesmo, e se formos observar os nossos motivos para sermos orgulhosos perceberemos que no fundo só queremos mesmo é nos satisfazer. Talvez ao ler isso você ache que estou fazendo apologia ao orgulho, mas acredite o orgulho que habita em você interpretará os motivos para se abandonar o orgulho como sendo os principais motivadores a se ser um orgulhoso em potencial. O Cristo em um de seus ensinamentos disse: Aquele que quer ser meu discípulo negue-se a si mesmo tome sua cruz e me siga. E ainda em outra passagem: Quem ama a sua própria vida perde-la-á e aquele que perder a sua vida por amor de mim acha-la-á. É bem desconfortável ouvir essas palavras, bem diferente das pregações doces e prósperas que ouvimos nas congregações, mas acredite, esse era o tema central da pregação dele, e olhe a sua volta veja o que nós fizemos, olhe para essas mega-construções que fizemos para sustentar essas nossas interpretações orgulhosas e egoístas onde sempre nos vemos como centro da atenção divina. Somos vitimas de nós mesmos, e da nossa própria vontade, temos um câncer chamado eu, mas como não sentimos mais a dor de sermos maus alimentamos essas células cancerosas até que já não haja mais nenhuma célula sã que nos faça questionar nosso estilo de vida vazio, encenando para a platéia de um só. Acredito que a vacina seja realmente como Jesus disse amar a Deus acima de todas as coisas, acima da vida, dos prazeres, acima do eu, enfim amar de forma tal a viver querendo agradá-lo constantemente. Ai então quem sabe tiremos o trono da nossa barriga e devolvamos para o lugar de onde derrubamos. E agora a nova sensação de estarmos descobrindo algo velho.