Prisioneiro de si.

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Prisioneiro de si.

Mas que bela cadeia construímos ao nosso redor. Para a nossa segurança, e claro, para o nosso conforto. Em nome da liberdade de escolha que se faz a maior de todas as prisões, decidimos ser aquilo que quisermos; ainda que assim estejamos sempre algemados ao nosso conhecimento, acorrentado às preferências, amordaçado aos gostos, manietado pelos estilos, imobilizado por influências…
É, no fundo no fundo essa é apenas uma palavra, conectivo verbal, que para mim significa x e para você talvez y, como amor ou saudade…
Isso, obviamente, é resultado de uma geração que abandonou as suas referências e vive na busca de outras. Mas será que isso então seria liberdade? Se os costumes metódicos antepassados ou vigentes me privam de ser quem eu realmente posso criar ou descobrir por mim mesmo hoje, será que criando novos costumes à minha visão das coisas terei finalmente alcançado liberdade?
Como um quarto cheio fitas adesivas presas de fora a fora, cada movimento é uma ligação até que já não se possa sair ou mover.
Como o vórtice de Leonardo presente em quase todos os paradoxos talvez essa equação nunca resolvida de livre versus preso seja a única resposta que oscilará o mínimo possível para equilibrar toda nossa racionalidade. “Ou não” diria Caetano.
Mas de qualquer forma isso também é resultado de uma forma de pensar que parte do princípio de que não há referência de nada.
Enfim esses equívocos existenciais são completamente perdoáveis tendo em vista o aleijado ser dos homens, que antes em seu estado perfeito com duas mãos, espírito e alma, agiam naturalmente sabendo quem são e para onde vão, hoje somente com uma das mãos tentam mover todo o peso de suas duvidas e necessidades com a alma.
E o que seria a alma senão um excelente servo, porém um péssimo senhor, frívolo, extremamente volátil, porque não dizer explosiva, traz a única sensação de “ser” transcendendo a matéria que os homens dominados por suas “sofias” tentam organizar em seus blocos sólidos de argila do pensamento humano; isso até que chova uma chuva fina e chata e torne os alicerces escorregadios o suficiente para ao menos duvidarem e terem a chance de saírem do ordinário destino de todos os que estão enganosamente livres.
É possível ser livre no sentido essencial da necessidade, é possível ter Deus como amigo e pai. E a única razão pela qual um grande contingente de pessoas não consegue capturar esse entendimento é que esse só é possível no espírito; sim você tem um, se não sabia pode ficar sabendo agora. Mas esse está como que adormecido ou inativo, e a única forma de acordá-lo é através de um contato real com Deus, mais especificamente Jesus o Cristo. Você tem todo o direito de duvidar e questionar isso tudo, afinal todas as suas referencias de quem é o Cristo passam pela história real e terrível de como monstros com sede de dinheiro e poder massacraram gerações para saciar seus ideais medíocres, ontem e hoje ainda é assim, mas acho que você não tem o direito de fazer isso com você, ignorando os sinais de necessidade; como um soluço interminável, mas você se acostumou com essa sensação de vazio, de solidão, que mesmo estando em um grupo se sente só, de vez em quando dá uma vontade de chorar do nada, está tudo tão sem graça… E você vai por o nome que quiser nesses sinais de escassez de Deus, o fato é que existe uma terceira dimensão. Até hoje você tem percebido o mundo em duas dimensões racional / emocional, a vida moderna e superficial sofre por ignorar o fato de que uma terceira dimensão faz com que analisemos tudo com clareza, porém teremos que abandonar toda a visão limitada que aprendemos a amar, e em alguns casos essa forma de pensar tornou-se a própria personalidade de alguns. Tome como exemplo uma caneta dessas pilot; imagine que uma dimensão lateral “x” permita você constatar que o objeto analisado é retangular, e outra dimensão agora frontal “y“ deixe você com a impressão exata de que o mesmo objeto é elíptico. Bom se só houvessem essas duas dimensões certamente não perceberíamos que se tratam do mesmo objeto, mas com uma dimensão de profundidade “z” conseguimos ver as duas realidades se fundindo agora não mais com uma visão isolada e parcial da caneta pilot mas agora constatamos que ela é ao mesmo tempo que elíptica é retangular e na verdade é outra coisa é agora cilíndrica. Existe uma dimensão espiritual da qual fará você interpretar a sua vida e tudo a sua volta de uma maneira mais completa. Mas quando nossos olhos são abertos para essa dimensão já não somos os que dizem vejam é só um circulo, ou ainda vejam não passa de um retângulo, agora compreendendo a formato correto de uma série de coisas você terá de conviver com o fato de que escrevendo você um texto sobre algo espiritual para pessoas que não acreditam será completamente refutado simplesmente como agora.